A heroína de Felgueiras
De início não simpatizava com a figura, por manifesta semelhança com uma antiga primeira-dama muito da implicação de Augusto Cid, também. Depois, tudo mudou: quando conheci o seu acrisolado amor pela equipa de futebol de Felgueiras, o seu saco azul, os tribunais já de garras afiadas e o espectacular voo para o Brasil, via Madrid...
E - magníficos, magníficos! - os directos de Copacabana, explicando aos portugueses quão injusta era a nossa Justiça, a persegui-la, a martirizá-la. Já com outra rêpa, rejuvenescida, bronzeada, um vestido levezinho, sexy. Apetitosa, mesmo, a Fatinha! Perorando entre as palmeiras, mas sempre com aquela lágrima de saudade, bem lusitana, no canto do olho.
Rápidamente me transformei no seu maior admirador.
Agora ainda, continua sendo notícia de primeira página nos jornais. Na Relação de Guimarães não há desembargadores que peguem no rotulado "Caso Felgueiras". Sucedem-se os pedidos de escusa dos magistrados e o recurso permanece esquecido numa prateleira qualquer. Já muito perto se perfila o fantasma da prescrição. O Ministério Público lançou o alerta, mas o Conselho Superior de Magistratura deixou-se estar. Partilho da opinião de o M.P. só por maldade pretender o agravamento da pena - prisão efectiva, imagine-se!
Não, nada de mau acontecerá, dou por certo. Será outro milagre de Fátima, digo, de Felgueiras. Perdão: de Fátima Felgueiras.
P. S. Ainda um dia postarei uma fotografia da santinha. Tirada por mim, com dedicatória e autógrafo dela.