Bocados do Minho
O Mosteiro de Arnoso! Uma história principiando antes da Nacionalidade, a vida agitada dos frades num mundo extinto, esquecido. Porventura memoriado apenas num certo documento quinhentista, páginas e páginas de leitura trémula, assustada, a humidade é doença que não perdoa.
De tudo restou a pequena ermida, hoje monumento nacional. Românico do mais fino quilate. Modesto, calando as suas recordações, tempos de glória, de oração, da correria dos fieis. Somente guardou o nome grandioso, justa recompensa para o templo e para os que o construiram e primeiramente contemplaram. Mosteiro de Arnoso!
E junto dele a ribeira de Guisande, o Minho nesta pequena aguarela. Águas límpidas, o fascínio das trutas, a nossa quietude topando-as a enfrentar a corrente nos fundos areados. A montante - talvez onde apenas a imaginação alcança - a cascata, o granito erodido, e a gruta onde, dizem, jamais faltará a água ao peixe, implacável que seja a estiagem.
Mas ainda vamos no Outono, chuvoso, caseiro, em que a máquina fotográfica acaba substituindo a caçadeira...