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MACHADO, JA

A minha escrita, a minha fotografia, o meu mundo

MACHADO, JA

A minha escrita, a minha fotografia, o meu mundo

Linha do Norte

João-Afonso Machado, 19.09.10

Cruzámo-nos, no meu regresso a casa. Diz-me a bússola que esse aí, mais inflexão, menos curva, vai para sul, a carregar não sabemos o quê. Nem importa. É como se nele viajasse, clandestinamente, num Agosto muito remoto, onde o Algarve era um sonho o ano inteiro. Mesmo com o incómodo da tenda de campismo, da mochila e do saco-cama...

Será uma marcha longa, monocórdica, solitária. Com espaço para gozar a paisagem. A lezíria. Esse rio pouco fiável, agora de bem com todos, mais para a frente tragando casas, gados, culturas, quando não vidas. Na época das cheias, claro. Aproveitemos, então, o voo das garças e das cegonhas, as codornizes que se adivinham nas semeaduras, só à espera de um cão que se marre nelas. E os equídeos, os touros, oiço daqui as ovações no redondel em torno das arenas. Estranha terra esta! Quão diferentes e distantes são estes 300 kms que me separam dos meus. Mas atrai-me, sem dúvida, o que a janela me dá a ver.

(Perguntei ao "trinca" se podia sair na Golegã. Respondeu-me que sim, mas só chegariamos aos 11 de Novembro. Se eu tirara bilhete para S. Martinho? Claro, não é a primeira vez que viajo de comboio!).

 

 

A 2ª Incursão

João-Afonso Machado, 18.09.10

E havemos de reconhecer a limpeza e a serenidade que vão por aquelas bandas. À esquina cochichavam animadamente a tia Quitéria e a D. Gertrudes. dois autênticos cardeais ali da Sé, onde são presença diária, com muitas velinhas e benzeduras, uma jaculatória garantida para cada santinho da sua devoção. Já ninguém lhes conhece a idade, sobreviveram a todos, o Tempo viu-as, gostou delas e parou. Está também na esquina, sem pressa, tem todo o tempo para conversar.

Envolta na mantilha, a tia Quitéria, muito pró magro, agitada como um rato, gesticula a sua indignação com a carestia da vida. À sua reforma, então, todos os ossos se contam, e o Sr. Pinto da mercearia bem o sabe, até parece que se faz esquecido... Amen, acompanha-a a D. Gertrudes, de porte mais altivo, plácidamente - sempre é a D. Gertrudes, viúva de um guarda-livros dessas remotas décadas de chapéu na cabeça e fato de três peças. Levou-o uma síncope, numa tarde de futebol mais ardido, sem confissão nem sacramentos, o homem ainda por cima olhava os altares meio de través... Deve ser por isso que a D. Gertrudes vai diáriamente da Sé ao Alto de S. João - umas flores na campa do falecido, a sua fotografia bem polida, e umas rezas... à cautela, não vá ele estar ainda, a estas horas, à espera de vez na entrada do Céu.

Mas sim, certamente, isto vai de mal a pior. Já não há lembrança de um aperto assim, nem mesmo quando a tropa pareciam malucos, todos os dias para cima e para baixo, em revoluções.

- As mulas num galope aí na calçada e os canhões atrelados... Lembra-se, tia Quitéria?

- Então não. E a gente a trancar as janelas, não fosse alguma bala entrar-nos pela casa adentro!

- Isto agora é com essa rapaziada nova. Que nós deles só podemos esperar um pouco de caridade...

- Cruzes, D. Gertrudes!

 

 

Incursões monárquicas

João-Afonso Machado, 16.09.10

Saí em Santa Apolónia. Não sei por que ruas enveredei, em breve estava perdido... Com a minha mochila do exército holandês, uma sobrevivente da II Grande Guerra, subindo, subindo, decerto uma das sete colinas, ignoro qual delas.

Os eléctricos passavam, redobrando cuidados nos cotovelos das calçadas perigosamente escorregadias da chuva miudinha. Os eléctricos - uma recordação dos anos de estudante, o mais cómodo meio de transporte quando nos falhavam os trocados para comprar um bilhete...

Estava perto da Sé, informou-me um transeunte. A travessa dos meus fez a sua aparição, logo então (não, nada tenho a ver com essa casa de janelas enormes e entaipadas. Grandezas - nenhumas. Mas tinha chegado, afinal - à dita travessa. Encontrara, felizmente, o meu dialecto).

Fui andando. Lá mais à frente, depois da curva, a taberna do Sr. Antunes. Sem alumínios. Portas escancaradas, aquele inesquecível cheirinho a petisco. Entrei, freguês conhecido, e sentei. Nesse recanto longínquo, onde, ao revés das grandes avenidas, Deus existe... O raio da mochila levou-me para o branco duriense, contrabandeado aos pipos pelo compadre de Murça; e para os carapauzinhos de escabeche, para o paio e o chourição. Foi uma festa.

Dou mais pormenores: a minha casa é logo após. De janela ampla, colorida de craveiros, e a gaiola do meu Orlando (Dias Agudo), pintassilgo inseparável. Com espaço bastante para a voz de Amália, as letras simples de Irene Lisboa e as sorridente-tristes estrofes de O'Neill. É onde estou em paz. Onde todos nos conhecemos e a vida vive muito mais do que o cruzar de vidas nas escadas do metro. Não, daqui ninguém me tira. Como dispensaria eu os meus diários colóquios com o Sr. Antunes?

De resto, ambos colocámos - e outros vizinhos também - a multissecular bandeira azul-branca (e coroada) quando o Scollari pediu apoio ao povo para a selecção das quinas.

 

 

O Partido Popular Monárquico

João-Afonso Machado, 12.09.10

Antes de mais, uma certeza: O PPM representa apenas a expressão eleitoral dos cidadãos que optam por votar no PPM. Tentar reduzir o Ideal Monárquico à sua expressão no cômputo das urnas é colaborar na desinformação que, generalizadamente, intoxica este País. Não tira que este partido histórico - o único que se opôs ao imposto e malfadado Pacto MFA/Partidos - não tenha recentemente passado negros momentos de estupidez e revanchismo.

Agora o PPM reencontrou-se. No pretérito sábado, em Guimarães, onde além dos minhotos estiveram monárquicos dos quatro cantos do rectângulo.

E as ideias ficaram bem claras: o PPM está contra o totalitarismo PS nos Açores, o PPM volta à luta contra os limites materiais da revisão constitucional.

E brada em uníssono: Viva o Rei!, Viva a Família Real!, Viva Portugal!

 

 

Liriodendron Tulipifera

João-Afonso Machado, 12.09.10

Também conhecida por "árvore do ponto". Aquela ao fundo, alta e frondosa. Aliás, dos exemplares de maior porte que se conhecem na Peninsula Ibérica, classificada de "interesse público". Já viveu muitas décadas, assim deste tamanho. Por cá, a praia é já um eco remoto, as vindímas vão em pleno, no Douro, no Minho o bago pintou e vai maturando. O tempo tem ajudado, nem damos pelo Outono que está aí.

Depois tudo será muito rápido. Umas quantas semanas mais, e o liriodendron começará a amarelecer. A descabelar-se. A produzir um som seco, sussurrante, quando se passa ao lado e se pisam as folhas amontoadas no acastanhado do terreno. Anoitece muito cedo, então, e o frio convida às primeiras achas para a lareira. Não tarda, o liriodendron são apenas ramos. Um emaranhado deles, uma teia imensa.

E vem o Inverno. O vento levou as folhas que não ficaram no chão apodrecendo. Uma camada espessa, ainda assim.. Só lá para Março começarão a rebentar as primeiras manifestações de um novo ciclo de vida. O liriodendron demorará umas semanas a engordar e a ganhar cor, outra vez.´

Sinal de que o nosso mundo-Terra completou outra volta. Com o liriodendron esperando calmamente as próximas gerações humanas, ele que já conheceu tantas.

E nós por cá, a vê-lo enverdecer, pensando nessa maré, vagamente, que já não vem longe um novo período de férias.

Assim decorre a vida, ano após ano a subtrair tempo ao nosso tempo.

 

 

Sintamos a liberdade

João-Afonso Machado, 12.09.10

Nem sempre fiz o que me apeteceu, mas ainda assim sou livre. Como estar vivo, de outro modo, se firmo a minha liberdade na força com que acredito e no entusiasmo com que quero? (Não, decerto, a superficialidade da riqueza - o dinheiro, a casa magnífica - ou os lustrosos corredores do poder).

Basta-me acreditar. Ter fé. E querer. Ter uma meta, objectivos. Já agora, não dispensaria também, o orgulho de não necessitar na rua esconder a cara. De olhar quem passa, sabendo que mudar de opinião é tão diferente de negar o pensamento antecessor do actual. A liberdade vai-nos no espírito e explica-se em manifestações de coerência e perseverança.

Muitos sofreram, outros tantos continuam a sofrer, batalhando pela sua liberdade. Por essa conquista de todos nós. E mesmo na hora em que a bandeira da nossa luta é derreada e entregue, mesmo nessa hora, a nossa mente é livre e a liberdade o nosso amanhã.

Só os que a alcançaram - a liberdade - e a sentem, por vezes perigar, gritarão sempre, convictamente, decididamente: viva a liberdade!, liberdade ou morte!

 

 

Os relevantes serviços de Tintin à Monarquia

João-Afonso Machado, 11.09.10

A anunciada reedição pela ASA de toda a colecção Tintin relembrou-me um texto antigo, publicado já não sei aonde, sobre o monarquismo de Georges Remi (Hergé). Nada de extraordinário, tratando-se de um belga, e algo bem patente no album O Ceptro de Ottokar. Escrito em 1938, logo após a anexação da Áustria pela Alemanha, já de olho no território dos Sudetas e no "Protectorado da Boémia e Morávia", esta conseguida obra de Hergé espelha ainda a ameaça pairante sobre a Polónia.

O imaginário do Autor levou-o a criar dois países rivais: a Sildávia, uma monarquia democrática, e a Bordúria, autocrática e expansionista. A paisagem e o cenário político da Roménia de Carlos II e da Albânia do rei Zog I dão também o seu contributo. Mas, dizem os entendidos, tudo se poderia melhor resumir a um conflito entre a Moldávia e a Bulgária.

Por mero acaso, Tintin detecta a conspiração, através das ramificações em Bruxelas do Zildav Zentral Revolutzmar Komitzet (ZZRK) cujo chefe se chama Mussler (obvia combinação de Mussolini e Hitler). E o plano é simples: trata-se de roubar o Ceptro do medievo rei Ottokar II, símbolo da unidade e continuidade nacional; simultâneamente, de ocupar alguns pontos vitais sildavos e provocar desacatos com os vizinhos borduros, por modo a justificar a invasão das tropas destes. A falta de exibição do ceptro nos festejos de S. Vladimiro, conforme a tradição, pelo reinante Muskar XII produziria um estado de descrédito e de amedrontamento popular que, fatalmente, conduziria á abdicação do monarca.

Tintin viaja para a Sildávia, conhece o Rei que o atropela quando conduz, ele próprio, o seu automóvel, e, de imediato, lhe narra toda a trama. Não duvidando das palavras do repórter, Muskar XII teve oportunidade de as confirmar, pese embora logo após o roubo do ceptro. Este é recuperado por Tintin, o S. Vladimiro foi o costumeiro sucesso, a revolução totalitária fracassara completamente.

Tintin percorre, enfim, as ruas de Klow, a capital, no coche real, delirantemente aplaudido - ele e a Família reinante - e sendo, depois, o homenageado em magnifica recepção no Palácio, só perturbada por mais uma aselhice dos Dupont .

Esperava-o ainda a mercê do grau de Cavaleiro da Ordem do Pelicano de Ouro, a mais alta condecoração sildava. Muito justamente, acrescente-se: Tintin acabara de salvar a Coroa e a democracia, naquele pequeno reino entre os Balcãs e a premonição de Hergé.

 

 

Fidel - reacções da nossa Esquerda

João-Afonso Machado, 10.09.10

«O modelo cubano não pode ser exportado, pois nem na ilha ele funcionou».

Depois destas sensacionais declarações de Fidel Castro a uma revista americana, em vão a nossa Comunicação Social tem tentado obter comentários dos representantes da lusitana Esquerda.

«Estou inocente, pá, eu sempre disse que estava inocente, pá!» exclamou Otelo, muito de raspão, tal a sua pressa em chegar à Pontinha, onde parece ia ser homenageado pelo MSML (Movimento dos Sobreviventes Marxistas-Leninistas).

«Não conheço essa entrevista, pelo que não me pronunciarei. De qualquer modo, não há notícia de quaisquer perturbações na Bolsa de Valores de Havana», referiu, lacónicamente, Francisco Louçã.

De José Mário Branco, soube-se apenas aquilo que, há mais de três décadas, haviamos esquecido: «a cantiga é uma arma contra a burguesia»...

Com o olhar colocado muito longe, em plena Caraíbas, Manuel Alegre deixou escapar algumas estrofes das suas novas Trovas da Trovoada: «Para falares assim / Não há raio que te parta? / Perguntei à trovoada / E ela disse que sim, / Perguntei à trovoada / Se te fulminava, / Camarada».

O CC do Partido Comunista informou que tomará uma posição oficial no regresso de Jerónimo de Sousa da sua sua visita de estado à República Socialista de Periskoche.

Apenas Garcia Pereira se regozijou com a confissão de Fidel. «Sempre alertei as massas contra as falácias do social-fascismo. À semelhança, aliás, do meu antecessor Arnaldo Matos, o grande educador da classe operária».

 

Entretanto, os analistas prevêem já uma cisão no Grupo Cuba-Gest. Com a quebra da produção de charutos, o administrador executivo Raul Castro deixou no ar a hipótese de uma cisão empresarial. O seu objectivo é o nicho do mercado terrorista em África: Angola, de novo, e a Somália e a Nigéria estão na mira do investidor. Previlegiando propósitos absolutamente humanitários, como sempre.

 

 

 

O IVA, esse agiota

João-Afonso Machado, 10.09.10

É o pão nosso de cada dia nas empresas: a falta de ar nos serviços de tesouraria.

(- Então "eles" ja mandaram o cheque?

- Ainda não, Sr. Teixeira, e o correio já chegou...

- Insista, menina, insista.)

E a menina insiste. Cola-se ao telefone, aquele timbrezinho muito peculiar

(- Tô sim, o Sr. Santos está? É da parte do Sr. Teixeira...),

manso, musical, apaziguante, a utilizar muitas palavras até atingir o almejado "chequezinho"

(- Sim, é que temos a contabilidade de Junho para fechar, se pudessem enviar o "chequezinho"...).

Do outro lado da linha, uma voz seca, curta, explicando que o "chequezinho" está feito, fique o Sr. Teixeira tranquilo, só falta a assinatura do Sr. Santos. Questão, apenas, de esperar até a semana que vem.

- Sim? Posso ficar tranquila? Então muito obrigado, muito boa tarde. Igualmente. Com l'cença.

A menina corre a dar a boa notícia ao Sr. Teixeira. Este, ao menos, dormirá menos mal de sábado para domingo. E, na segunda, voltará à espera ansiosa do correio e do"chequezinho" do Sr. Santos.

Tudo porque a encomenda foi de monta. Fogareiros a gaz. A factura já seguiu há uns meses, mas continua por pagar e não há no Banco para entregar ao Estado o famigerado respectivo IVA.

 

A pergunta é só uma: como quer o Estado apoiar as PME's quando lhes exige a liquidação e pagamento do imposto antes mesmo de aquelas terem recebido o "tal" valor acrescentado? Antes mesmo de terem recebido o preço dos bens ou serviços que venderam!

Em mais nenhum País do mundo existirá, como em Portugal, um movimento denominado «IVA com recibo», ou similarmente. A Associação Industrial do Minho veio a terreiro, outra vez, denunciando esta situação que confrange - estrangula - os seus membros. No Parlamento apenas o PS votou contra uma recomendação de mudança da lei. É fácil ver porquê: a tributação já não visa a prossecução de fins de interesse ou utilidade pública, mas, meramente, "regularizar" os calotes do Estado.

 

 

Uma carta (e uma pergunta que se compreende) ao Ministro das Finanças

João-Afonso Machado, 09.09.10

(Sei de fonte seguríssima que a carta é verídica, foi enviada e não devolvida.Transcrevo-a respeitando integralmente a grafia e, apenas, como é obvio, omitindo nomes. Sobre o estado de espírito de quem a redigiu são desnecessários quaisquer comentários. A grande maioria dos portugueses vive idêntico sentimento de revolta.)

 

«Exmo. Senhor Ministro das Finanças

F..., cidadão eleitor e contribuinte deste País, com o número de B.I. ... do Arquivo de identificação de ..., contribuinte nº ... vem por este meio junto de V. Exa. para lhe fazer uma proposta:

A minha Esposa ... vítima de CANCRO NA MAMA em 2008, foi operada em 6 de Janeiro com a extracção radical da mesma.

Por esta "coisinha" sem qualquer importância foi-lhe atribuída uma incapacidade de 80%, imagine, que deu origem a que a minha Esposa tenha usufruido de alguns benefícios fiscais.

Assim, e tendo em conta as suas orientações, nomeadamente para a CGA, que confirmam que para si o CANCRO é uma questão de so menos importância.

Considerando ainda o facto de V. Ex.ª, coerentemente, querer que para o ano seja retirado os benefícios fiscais a qualquer um que ganhe um pouco mais do salário mínimo, venho propor a V. Ex.ª o seguinte:

A devolução do CANCRO DA MAMA da minha Mulher a V. Exa. que, com os meus cumprimentos, o daria à sua Esposa ou Filha.

Concomitantemente com esta oferta gostaria que aceitasse para a sua Esposa ou Filha ainda:

a) Os seis (6) tratamentos de quimioterapia.

b) Os vinte e oito (28) tratamentos de radioterapia.

c) A angustia e a ansiedade que nós sofremos antes, durante e depois.

d) Os exames semestrais (que desperdício Senhor Ministro, terá de orientar o seu colega da saúde para acabar com este escândalo).

e) A ansiedade com que são acompanhados estes exames.

e) A angustia em que vivemos permanentemente.

Em troca de V. Ex.ª ficar para si e para os seus com a doença da minha Esposa e os nossos sofrimentos em DEVOLVEREI todos os benefícios fiscais de que a minha Esposa terá beneficiado, pedindo um empréstimo para o fazer.

Penso sinceramente que é uma proposta justa e com a qual estou certo, a sua esposa ou filha também estarão de acordo.

Grato pela atenção que possa dar a esta proposta, informo V. Ex.cia que darei conhecimento da mesma a Sua Ex.ª o Presidente da República, agradecendo fervorosamente o apoio que tem dispensado ao seu Governo e as medidas como estas e também o aumento de impostos aos reformados e outros...

Reservo-me ainda o direito (será que tenho direitos?) de divulgar esta carta como muito bem entender.

Como V. Exª não acreditará em Deus (por se considerar como tal...) e por isso dorme em paz, abraçando e beijando os seus, só lhe posso desejar que Deus lhe perdoe, porque eu não posso (jamais) perdoar-lhe.

Com os melhores cumprimentos

Atentamente

...

CORDIALMENTE E A BEM DA NAÇÃO»