Fidel - reacções da nossa Esquerda
«O modelo cubano não pode ser exportado, pois nem na ilha ele funcionou».
Depois destas sensacionais declarações de Fidel Castro a uma revista americana, em vão a nossa Comunicação Social tem tentado obter comentários dos representantes da lusitana Esquerda.
«Estou inocente, pá, eu sempre disse que estava inocente, pá!» exclamou Otelo, muito de raspão, tal a sua pressa em chegar à Pontinha, onde parece ia ser homenageado pelo MSML (Movimento dos Sobreviventes Marxistas-Leninistas).
«Não conheço essa entrevista, pelo que não me pronunciarei. De qualquer modo, não há notícia de quaisquer perturbações na Bolsa de Valores de Havana», referiu, lacónicamente, Francisco Louçã.
De José Mário Branco, soube-se apenas aquilo que, há mais de três décadas, haviamos esquecido: «a cantiga é uma arma contra a burguesia»...
Com o olhar colocado muito longe, em plena Caraíbas, Manuel Alegre deixou escapar algumas estrofes das suas novas Trovas da Trovoada: «Para falares assim / Não há raio que te parta? / Perguntei à trovoada / E ela disse que sim, / Perguntei à trovoada / Se te fulminava, / Camarada».
O CC do Partido Comunista informou que tomará uma posição oficial no regresso de Jerónimo de Sousa da sua sua visita de estado à República Socialista de Periskoche.
Apenas Garcia Pereira se regozijou com a confissão de Fidel. «Sempre alertei as massas contra as falácias do social-fascismo. À semelhança, aliás, do meu antecessor Arnaldo Matos, o grande educador da classe operária».
Entretanto, os analistas prevêem já uma cisão no Grupo Cuba-Gest. Com a quebra da produção de charutos, o administrador executivo Raul Castro deixou no ar a hipótese de uma cisão empresarial. O seu objectivo é o nicho do mercado terrorista em África: Angola, de novo, e a Somália e a Nigéria estão na mira do investidor. Previlegiando propósitos absolutamente humanitários, como sempre.