Mercado ou marcado?
Não adivinho se assistiram à algazarra parlamentar de que fez eco o noticiário televisivo ainda agora. E, menos ainda, se atentaram na intervenção do nosso 1º, respondendo ao líder parlamentar do PSD - «Não sei se este mercado...»; para depois corrigir - «se este debate, marcado por...»...
De actos falhados, está o mundo cheio. Politicamente, não será por isso que o Chefe do Governo inscreverá o seu nome no reino da História. Sem embargo, a questão é muito mais profunda: Portugal, país marcado, está, ou não, no mercado?
Porque se está, o seu preço é baixo. Diria mesmo: a nossa nacionalidade - sejamos modernos: a marca Portugal - valerá muito pouco. Talvez apenas Camões e mais qualquer pedacito de literatura pátria. O resto é a massa insolvente. De natureza puramente material. Já hipotecada ou sob penhor mercantil.
(Rodrigues dos Santos acaba de virar o disco para a cançoneta do centenário da República. Fiquei sem tema...).