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MACHADO, JA

A minha escrita, a minha fotografia, o meu mundo

MACHADO, JA

A minha escrita, a minha fotografia, o meu mundo

Cavaco parlamentando com o indígena

João-Afonso Machado, 24.01.12

Não duvido que Cavaco Silva não flutue absolutamente à deriva ao longo do seu mandato presidencial. Se mais não for porque os seus conselheiros hão-de ser, pelo menos, razoáveis cartógrafos. E, quando provenientes do pulpito (sempre com aquele malfadado rubro-verde pano de fundo...), as suas intervenções discursivas até se percebem: está lá a preocupação de não ser excessivamente irmanado ao Governo de Direita, estão lá as suas convicções sociais-democratas, a percepção de que, à tardinha, esclarecerá com os mais indignados parceiros do PSD qualquer matinal dito mais alevantado. Vamos no sexto ano de Cavaco presidencial e ainda ninguém morreu afogado.

O pior - o pânico da tripulação - é quando o Chefe de Estado resolve descer a terra sozinho para parlamentar com o indígena!

Quando, enfim, se lhe descobrem as ruinas ainda não soterradas da Vivenda Mariani. E então o nosso secular bolo-rei foge-lhe pela boca fora, o gado açoreano sorri de felicidade e - deselegância das deselegâncias - começamos a falar de dinheiros pessoais. Na mais inocente entrega do ouro aos piratas em solo firme, de tocaia ao "comandante".

Que atire a primeira pedra a Cavaco o político que viva com mais dificuldades do que ele. Que aufira menos rendimentos ou menos pensões.

No mais... Cavaco tem já lugar cativo no anedotário dos Presidentes desta anedótica República. Isso é certo. Mas nenhum Rui Mateus escreverá acerca dele o que escreveu sobre Mário Soares.

 

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