O País em tempestade
O vento e a chuva hoje assanharam-se, o mar braveja, as barras encontram-se todas, ou quase todas, fechadas. Oxalá não sobrevenham calamidades, mais do que as que o País já sofre, à míngua de sustento e de um amanhã de contornos bem claros.
Ainda assim, nestes solavancos da Natureza, nada que se compare aos desígnios da nossa, da humana natura. Dir-se-ia, absolutamente indiferente ao furacão ameaçando, dia após dia, levar-nos ao fundo a pique.
De hoje, também, é o proclamado propósito dos médicos portugueses abandonarem em massa o SNS. Afinal, terá já naufragado o Estado Social? Onde pára ele, se fugindo vai da consciência cívica nacional?
Não possuo meios de avaliar a justeza das reclamações da classe. Somente me convenço que os tempos não correm de feição no que tange a reivindicações. Quem assume as responsabilidades decorrentes de um País imobilizado? Totalmente descontrolado?
Não tardará, a meteorologia trará boas novas, a tempestade esvair-se-á no horizonte. E em terra? Prosseguirá a tormenta entre o Poder político e as muitas e muitíssimo queixosas classes profissionais?