"Larry" Costa
Tínhamos perdido o seu rasto e já desesperávamos. Uma simples e inusitada fotografia foi o bastante. Estava em Londres, era o Larry… Nem mais do que o porteiro do Prime-Minister britânico. Atravessámos de um pulo (de lobo) o Canal da Mancha e recuperámo-lo. Ou então essa grande Capital vinha abaixo. Nem foi preciso meter a polícia ao barulho…
Demos com ele infelicíssimo, fazendo a guarda do number ten de Downing Street. Quase um cabeça-de-giz azul-escuro. Hirto, fleumático, esquecido do que é rir. Um morcão, em suma.
De regresso à Pátria, o nosso Costa descomprimiu. Esticou-se, a gozar novamente este sol meridional, versão minhota, famalicense, tão caseira. É vê-lo e comparar…
Um final feliz, dirão. Com reservas, contudo. A sua expressão actual lembra a de um ledor voraz de Guerra Junqueiro. Com as lunetas na ponta do focinho agarrado, viciado, no Finis Patriae.
Por mais que a gente lhe tentasse fazer ver que a nossa História está cheia de ingleses chatos – Methuen, Beresford, Wellington, Palmerston, Salisbury, Bobby Charlton, George Best… - e mesmo de alguns patos-bravos como Abramovitch, a verdade é que o United Kingdon, ou a Monarquia britânica, propriamente dita, nenhum mal nos quis, desde o Duque de Lancaster até Eduardo VII e aos dias de hoje. Aliás, não faz parte da Zona Euro.