Diário de bordo
Na improvável cadeira onde escrevo estas palavras, alías imprevisiveis também, - e oxalá eu as segure na trela... - penso as semanas e as horas, penso sobretudo o minuto-a-minuto dos sonhos e pesadelos e este amanhecer aparentemente ameno, ensolarado.
Lutei, resisti e talvez a verdade haja conseguido manter-se à tona. A cadeira onde escrevo é real e beije. Não a sujo com intenções ocultas. E lá vou firmando a consciência da espessa neblina logo além. Num oceano declaradamente rochoso e traiçoeiro. Ainda assim, impávida, a cadeira onde escrevo conforta o tombadilho da barcarola desta minha estranha viagem.
Estou longe do meu mundo. Mas muito perto de mim. Acredito chegaremos a bom porto.