Ribeira Quente
Era o seu esforço final. Tranquilamente a ribeira chegava ao mar, nessa noite como em todas as outras, vinda de uma nascente de água quente, história de vulcões açoreanos.
Parámos no marulhar da corrente tímida, inofensiva. E foi um passeio ao longo do cais, onde só talvez faltasse alguém. Mas estavam lá a lua cheia, constelações de reflexos, o eterno sussurrar das ondas. Há quantas semanas? Quem diria?
Quem diria, hoje a revolta do oceano, a tempestade furiosa, o choro da povoação?
Na Ribeira Quente morreu há pouco um homem da pesca. Surpreendido em tal maré de vento e raiva.