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MACHADO, JA

A minha escrita, a minha fotografia, o meu mundo

MACHADO, JA

A minha escrita, a minha fotografia, o meu mundo

A hora da bruxa

João-Afonso Machado, 27.09.10

Meia-noite, o tempo de recolher. Precisamente quando as consciências mais dão o flanco à morbidez. Ei-la que surge, então. Montada na vassoura, toda casquinadas de troça. Somos bandalhos nas suas mãos de unhas pretas. Conquanto as bruxas de agora já pintem o cabelo, agoirando pior do que nunca.. Sempre sem construir, apenas destruindo.

É ler o rol das suas pragas... Aonde nos levam elas? Maldicência por maldicência, deixem-nos ficar na realidade: um Sócrates fazedor de ficções, um Passos Coelho sem cartola. E o Portas, rapaz de mercados e beijocas - não mais - o Louçã que cissia, Jerónimo, coitado...

E cá acima, na hierárquia do Estado - Cavaco, Presidente da República, apelando à união de esforços, o Merlin Alegre a profetizar nos jornais a bancarrota, os outros peixões todos de boca aberta...

A que lugar chegaremos assim? Socratinos, socratinices... Além do mais, o disco riscou, parece... Falem-nos de esperança, ao menos. Construamos, não destruamos. Saibamos que as bruxas nos querem no estrume. Tudo é pouco, nada é tudo. E o que nos cerca, afinal. Os tiros disparados para o ar são, por regra, de autoria anónima. Logo, a expressão possivel da cobardia. Vadiagem real ou virtual. O eco da frustração, da incapacidade de ir-além-de... Um nariz enorme e uma verruga maior ainda.

Somos ameaçados pelo FMI? Pois somos. A bruxa ri, diz e maldiz, quando não se disfarça de Bela Adormecida. Pela noite fora, há-de lançar feitiços em quantos gostam de pensar em voz alta. O mundo político tudo faz para enganar o mundo das nossas gentes.

Durmamos tranquilos, não obstante. Resta-nos sempre a esperança de amanhã. E o nome de amanhã é Portugal.