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MACHADO, JA

A minha escrita, a minha fotografia, o meu mundo

MACHADO, JA

A minha escrita, a minha fotografia, o meu mundo

Vigo

João-Afonso Machado, 25.05.18

Foi sempre a paraíso dos caramelos solano, das pistolas de fulminantes, dos baralhos de cartas miniaturas para fazer paciências. Vigo, no regresso, era também aqueles demorados minutos de busca policial na fronteira, o carro virado do avesso em busca de contrabando. Mas lá vinha, de quando em vez, uma garrafita de whisky, o pior do mundo - de sua marca DYC.

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Agora tudo mudou. Já não há Calle del Principe mas, à galega (à minhota), a Rua do Princípe. Pedonal. Tranquila, cheia de boas lojas e gente que passeia. Com algumas peças raras e venerandas.

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Mais umas voltas pelas redondezas em que não cansam as características janelas espanholas, ou melhor, as varandas ajaneladas, possivelmente os lugares ideais para pensar na vida e escrever a olhar para ela.

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E estranhos arrebiques monumentais, no topo de edifícios calados, ou talvez incompreensíveis por tanta arte numa cidade tão pequena no mapa.

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Descendo, estamos na vastidão da Ria. Mas não na vastidão bastante para ocultar, na ilha de Toralla, uma imbecilidade muito a par das que entre nós se praticam.

ILHA TORALLA.JPG

 Não é que o mal dos outros nos sirva de conforto, mas... sempre podemos aprender algo com ele, como quem se vê ao espelho, e deitar meio País abaixo.