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MACHADO, JA

A minha escrita, a minha fotografia, o meu mundo

MACHADO, JA

A minha escrita, a minha fotografia, o meu mundo

A gare azul de um dia

João-Afonso Machado, 25.04.17

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Ouviste o silêncio do comboio? Sobe, toma o teu lugar. É assim, sempre. Sequer o relógio da estação tem mostrador ou ponteiros, é um comboio fora dos horários. Mas chega fatalmente, envolto em azul, para a viagem de cada um. De dia ou de noite, na quietude da madrugada. Enchendo toda a plataforma que foi a nossa vida, no despertar de uma luz só nossa entre a escuridão geral. 

Sei-te hesitante, estarei contigo na gare. Tens garantido um assento à janela e a eternidade de uma paisagem em que refrescarás a alma. Um bocadinho de sorte e reencontrar-nos-emos um dia em uma outra estação qualquer. A viagem prosseguirá sempre, chegará a minha vez de embarcar também. Entre tanta gente, talvez com lugar ao teu lado...

Por isso não aceno: não existem despedidas.