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MACHADO, JA

A minha escrita, a minha fotografia, o meu mundo

MACHADO, JA

A minha escrita, a minha fotografia, o meu mundo

Memórias vilacondenses (VIII)

João-Afonso Machado, 17.03.12

A casa mais baixa, simplesmente branca com janelas verdes e uma acolhedora varanda onde os Clavel gozariam o pôr-do-sol ou tomariam o seu chá, sempre devidamente abrigados dos rigores climatéricos de Vila do Conde. Todos se lembram... todos se lembram da notícia tenebrosa: a Santa Fé ia ser posta à venda!

Para dar nisto. E, o mais grave, com uma sentença de morte pendendo sobre aquele jardim de carreirinhos, pinheiros, bastos arbustos, onde diariamente disputavamos as mais renhidas corridas de bicicletas. Por todo o mês de Setembro, quando já só eramos os bastantes.

O dueto vencedor constituia-se, sem uma terceira alternativa possivel, por mim e pelo Zé Diogo. Os das bicicletas roda 26. Ganharia o que arrancasse mais depressa porque espaço para ultrapassagens era o que não havia.

Seguia-se uma trupe imensa de participantes - o pelotão - em que se destacava, com a sua roda 12, artilhadíssima, a bicla do Nuno Ratazana. Ele próprio, aliás, não esquecendo o fato-macaco, as luvas, cotoveleiras e joelheiras e um formidável capacete com uns óculos iguaizinhos aos do Giacomo Agostini.

De modo que a corrida assim se processava: eu e o Zé Diogo em picardias constantes, a ver se nos mandávamos pela borda fora - a única ultrapassagem possivel - os restantes (a quem muitas vezes barafustavamos encostassem para os dobrar) pedalando quanto podiam e, por fim, o Ratazana, supersónico, em último lugar mas sempre a fazer "joelho técnico" na derradeira curva antes da meta.

Tardes de 1975/76...

 

 

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